Jejum intermitente.
Comer de três em três horas acelera mesmo seu
metabolismo a ponto de obter o corpo dos sonhos? O jejum intermitente contraria
todo esse “time” a que todos nós, ou boa parte de nós cremos.
Essa guerra para obter o corpo dos sonhos já deixou
muitos estudiosos e seus entusiastas testando todas as formas de se nutrir, e
qual é a melhor? Tente entender o que propõe o jejum intermitente e como ele
pode lhe ajudar.
De uma forma breve, o jejum intermitente promete:
aumentar a sensibilidade à insulina diminuindo os riscos de diabetes, para
praticantes de atividades físicas aumento e melhor aproveitamento do G.H
(hormônio do crescimento) inúmeras vantagens cardíacas, proteção celular,
aumento da massa muscular, controle do apetite, diminuição das inflamações,
redução da pressão sanguínea, maior probabilidade de queima de gordura durante
horas e muito mais... Como? Jejuando.
Isso mesmo jejuando, quem experimentou, não deixa mais,
e com algumas adaptações ele se tornou mais atraente que as primeiras ideias e
versões.
Uma das formas mais claras de se entender o jejum é
pensar que, em algumas épocas não se comia a cada três horas, e as pessoas não
tinham tantas propensões a desenvolverem obesidade. Polêmica: Já viu desenhos de
homem das cavernas com sobrepeso?
Milhares de anos se passaram com pessoas ingerindo uma
carga alta de proteínas e depois de horas sem comer é que acontecia a próxima
refeição oriunda da caça ou pesca e assim se desenvolveu a raça
humana.
O ato de fazer uma ingestão de nutrientes de três em
três horas faz com que seu organismo realmente aproveite todo o nutriente que
lhe foi ofertado? Partindo desta primícia que o jejum intermitente vem ganhando
adeptos, pois seus idealizadores acreditam que há desperdício de nutrientes pois
seu corpo não consegue absorver tudo que lhe é dado. (porém sem embasamento
científico esta afirmação).
Através de estudos do sistema nervoso simpático e
parassimpático e todas as vias hormonais e seus respectivos receptores aliando a
isso um dia-a-dia de trabalho físico e stress mental, a absorção ficaria
comprometida.
No jejum o sistema nervoso simpático é mais ativo, lhe
deixando mais atento, focado, pensamentos mais claros, rápidas decisões e com
mais vitalidade pra dispêndios físicos, consequentemente maior lipólise (queima
de gordura) uma vez que é o substrato em maior disponibilidade no
momento.
A ideia do jejum consiste em aproveitar as horas do sono
como início do jejum e permanecer mais 12 horas sem se alimentar, os melhores
benefícios estão por volta de 18 horas. Pode parece uma ideia absurda, mas é aí
que as vantagens começam aparecer, acreditam os adeptos que seu corpo estará
mais capacitado e com reais condições de absorver os nutrientes que lhe são
ofertados desde que seja de maneira coerente e com acompanhamento nutricional,
apesar de que vários nutricionistas discordam do modelo de dieta, porém alguns
adeptos estão surgindo.
Os primeiros dias são verdadeiros castigos, pois seu
corpo terá de se adaptar a baixas taxas de açúcar no sangue, porém prometem os
especialistas que esta auto regulação se dará a partir do quarto dia do jejum
intermitente.
Porém a boa cartada do sucesso desta, digamos dieta, vem
com o que escreverei a seguir. Podemos dizer que é uma variação do modelo
radical, eu chamaria de jejum intermitente “modificado”. Ou como os
especialistas afirmam, é uma variação da conhecida dieta do
guerreiro.
Há períodos de nutrição, isso mesmo você pode se nutrir!
Mas devagar aí, não é bem assim, há regras. Os seus precursores garantem que
mesmo comendo durante o jejum, os benefícios são alcançados.
Na verdade, come-se a cada três ou quatro horas, mas não
o convencional. Acredita-se que com a nutrição ideal, você driblaria o “ligar”
do sistema parassimpático que possui ligações nervosas na maioria dos órgãos
internos assim como sistema digestivo, armazenamento de reservas energéticas,
secreção pancreática de insulina, movimentos peristálticos, desaceleração das
trocas gasosas, simplificando é esse sistema que lhe deixa sonolento logo após
aquela boa refeição.
Assim como na antiguidade, a cartada está nas proteínas
e na hidratação (mínimo de 1,5 litros/dia). Esquecer realmente as calorias e
focar em nutrientes, um dos produtos mais cotados ao sucesso deste jejum é uma
bebida a base de proteína de alto valor biológico e aminoácidos essenciais
chamada de Whey Protein. Numa de suas formas que aparecem no mercado, ela vem
como “proteína isolada”, ou seja, pura, isenta de carboidratos, sendo assim a
mais recomendada.
Após o período de sono, sete ou oito horas, o seu café
da manhã poderá ser a base desta bebida, ingerindo assim cerca de 30 a 40 gramas
de proteína e aminoácidos com Whey Protein. Após a ingestão os aminoácidos
estarão ativos deixando o seu corpo preparado para a manhã. Se você é uma pessoa
que se exercita pela manhã, mais uma polêmica, se exercite antes e tome Whey
depois de seu treino, contrariando alguns especialistas que não aconselham
exercícios em jejum, neste caso a ajuda de um profissional de educação física
seria essencial para o controle e segurança da atividade.
Nos períodos de adaptação, ou seja, do primeiro ao
quarto dia, se sentindo um pouco fraco próximo ao horário tradicional de almoço,
há a liberação de algumas frutas cristalizadas de baixíssimas calorias, uma
porção pequena afinal a intenção é driblar a fome podendo ser repetida no final
da tarde (principalmente se for treinar, se exercitar) porém não
permanentemente, café e chá verde sem adição de açúcar também pode, e por volta
das 13 horas mais uma porção de Whey Protein que contenha de 30 a 40 gramas de
proteína.
Aos adeptos a treinos de musculação ou outra atividade
física no final do dia, aconselha-se a terceira dose de Whey logo após o treino,
formando-se assim cerca de 120 gramas de proteínas e vários aminoácidos
ingeridos. Se servir de consolo, vários atletas que aderiram ao jejum não
tiveram perdas de massa muscular, pelo contrário, ganharam, além da maior
disposição para as atividades físicas.
Talvez a coisa mais surpreendente deste jejum seja o que
relatarei a seguir, o jantar.
Isso mesmo tem jantar! E não é líquido, ou seja, pode
mastigar muito, mas calma lá, não é atacar um rodízio, mas sim voltar a se
nutrir.
Agora é a hora de “ligar” o sistema parassimpático em
toda sua plenitude, e aproveitar os nutrientes de forma positiva com excelente
absorção dos nutrientes da refeição.
Mas o que comer? Uma refeição tradicional, com arroz,
feijão, carne magra, milho, quinoa, aveia, ovos, saladas e até uma sobremesa,
convenhamos, sabemos bem que arroz, o melhor é integral, feijão sem adição de
carnes gordas, saladas verdes e com fibras, sobremesas sem açúcar de preferência
etc. comece pela salada e desenvolva
muitas mastigações, liberando as enzimas digestivas e melhorando a qualidade da
refeição.
Esta refeição fará uma reparação de músculos e tecidos,
lhe preparará para o próximo dia e você dormira como um bebê, com melhoras
significativas na qualidade do sono.
Os especialistas explicam que seu metabolismo diurno
ficará alto, com ótimas queimas de gordura, temperatura corporal nos índices
normais, e hormônios como T3 e T4 (tiroidais) estimulados e normais,
literalmente o corpo se adaptará com o estímulo e porque não sofrimento. Talvez
os maiores medos estejam em: hipoglicemia, hipotensão e consequentemente
desmaios e mal estar, porém não há relatos expressivos.
Talvez um acalento esteja em poder jantar! E jantar bem,
se satisfazendo mesmo.
Pra muitos a ideia de inferno que é dormir sem a última
refeição, no jejum intermitente “adaptado” não existe.
Alguns dias depois as compensações aparecerão, tais
como: maior disposição, sem perda de tempo na preparação de refeições, ficará
mais magro e ativo, energético e tudo mais.
VAI TENTAR?
Artigo formulado a partir da palestra de Chad Waterbury
(http://chadwaterbury.com/)
No Sexto Congresso Brasileiro de Personal trainers da
S.B.P.T.