Após o surgimento dos primeiros casos da Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (AIDS), no início da década de 80, acreditou-se por muitos anos, em meio aos profissionais da área de Saúde que tratavam dos pacientes da doença, que o repouso e a preservação das reservas energéticas, evitando-se a prática de atividades físicas cuja intensidade superasse os níveis das atividades físicas cotidianas habituais, fosse o procedimento mais recomendável para portadores de HIV/AIDS.
Isto se justificava em virtude da grande perda de peso observada entre os portadores da síndrome, o que levava a crer que, com a prática de exercícios físicos, agravar-se-ia o processo de emagrecimento. Da mesma maneira, acreditava-se que o desgaste físico provocado pelos exercícios diminuiria a resistência do paciente, facilitando o avanço do agressivo vírus HIV sobre o sistema imunológico, permitindo assim o aparecimento de doenças oportunistas, provocado pela baixa resistência imunológica.
Estudos científicos mais recentes, todavia, apontam para uma direção totalmente contrária. Hoje, o entendimento no meio científico é o de que a prática regular de exercícios físicos não só é recomendável, como imprescindível, no auxílio ao tratamento dos portadores de HIV/AIDS, em praticamente qualquer estágio da síndrome.
Com avaliação e acompanhamento médico, a prescrição, por um profissional de Nutrição, de uma dieta que vise compensar e preparar o organismo para a prática de atividades físicas mais intensas e o planejamento de um programa criterioso de exercícios físicos, por um profissional de Educação Física, o portador de HIV/AIDS, só tem a ganhar, não apenas em termos objetivos de melhoria do estado geral de saúde, como também em aspectos subjetivos de qualidade de vida e integração social.
A seguir, são abordados em linhas gerais, alguns aspectos relevantes sobre o tema.
BENEFÍCIOS OBJETIVOS (Físicos)
Ganho de força muscular - A infecção pelo vírus do HIV pode levar à perda de força e resistência muscular, além de afetar as funções neuromusculares, gerando, inclusive, problemas de perda de equilíbrio, o que pode ser combatido através de um trabalho específico de exercícios físicos.
Aumento da massa magra – Gerando ganho de peso (pela hipertrofia muscular) e melhor proporção estética.
Aumento do Apetite - E conseqüente melhora na digestão.
Melhora nos padrões de sono – O “relógio biológico” se torna mais regulado.
Melhora na aptidão cardiovascular – A infecção pelo HIV diminui a capacidade aeróbica e gera sensação de fadiga. O ganho de condicionamento físico pode aliviar consideravelmente tais efeitos.
Combate a síndrome da lipodistrofia - O coquetel de medicamentos utilizado no combate ao vírus provoca, como efeito colateral, uma redistribuição da gordura corporal, conhecida como Lipodistrofia, caracterizada pelo aumento do volume da cintura, um afinamento acentuado das extremidades (membros inferiores, membros superiores e cintura escapular), uma diminuição da gordura subcutânea com aumento da gordura visceral e sanguínea (aumentando as taxas de colesterol e triglicerídeos), o encovamento facial e o surgimento de uma bolsa de gordura atrás da região cervical, denominada “corcova de búfalo” (buffalo hump).
Ganho de força muscular - A infecção pelo vírus do HIV pode levar à perda de força e resistência muscular, além de afetar as funções neuromusculares, gerando, inclusive, problemas de perda de equilíbrio, o que pode ser combatido através de um trabalho específico de exercícios físicos.
Aumento da massa magra – Gerando ganho de peso (pela hipertrofia muscular) e melhor proporção estética.
Aumento do Apetite - E conseqüente melhora na digestão.
Melhora nos padrões de sono – O “relógio biológico” se torna mais regulado.
Melhora na aptidão cardiovascular – A infecção pelo HIV diminui a capacidade aeróbica e gera sensação de fadiga. O ganho de condicionamento físico pode aliviar consideravelmente tais efeitos.
Combate a síndrome da lipodistrofia - O coquetel de medicamentos utilizado no combate ao vírus provoca, como efeito colateral, uma redistribuição da gordura corporal, conhecida como Lipodistrofia, caracterizada pelo aumento do volume da cintura, um afinamento acentuado das extremidades (membros inferiores, membros superiores e cintura escapular), uma diminuição da gordura subcutânea com aumento da gordura visceral e sanguínea (aumentando as taxas de colesterol e triglicerídeos), o encovamento facial e o surgimento de uma bolsa de gordura atrás da região cervical, denominada “corcova de búfalo” (buffalo hump).
A prática regular de exercícios físicos têm se revelado como um importante instrumento no combate a tais efeitos, com resultados extremamente animadores.
Fortalecimento do sistema imunológico – Já está cientificamente comprovado que os exercícios físicos também aumentam o número de linfócitos T ou CD4, o que permite ao sistema imunológico responder melhor às doenças oportunistas que acometem os soropositivos.
Apenas a título de observação, lembramos que os linfócitos são um importante grupo de células em nosso sistema imunológico e se dividem em duas categorias: os linfócitos B e os linfócitos T.
Os linfócitos B protegem o corpo contra os micróbios, fabricando substâncias chamadas anticorpos, que vão "colar-se" ao micróbio, impedindo-o de agir.
Entre os linfócitos T, há os chamados de T4 (também chamados CD4), que são os responsáveis por "alertar" o sistema imunológico que é necessário se defender. Sem estarem avisados pelos linfócitos T4, os linfócitos B não funcionam.
O vírus HIV ataca justamente os linfócitos T4 (CD4). Daí porque o aumento da produção de tais células, advindo da prática de exercícios físicos, é de suma importância para o soropositivo.BENEFÍCIOS SUBJETIVOS (Psico-Sociais)
Apenas a título de observação, lembramos que os linfócitos são um importante grupo de células em nosso sistema imunológico e se dividem em duas categorias: os linfócitos B e os linfócitos T.
Os linfócitos B protegem o corpo contra os micróbios, fabricando substâncias chamadas anticorpos, que vão "colar-se" ao micróbio, impedindo-o de agir.
Entre os linfócitos T, há os chamados de T4 (também chamados CD4), que são os responsáveis por "alertar" o sistema imunológico que é necessário se defender. Sem estarem avisados pelos linfócitos T4, os linfócitos B não funcionam.
O vírus HIV ataca justamente os linfócitos T4 (CD4). Daí porque o aumento da produção de tais células, advindo da prática de exercícios físicos, é de suma importância para o soropositivo.BENEFÍCIOS SUBJETIVOS (Psico-Sociais)
- Melhora da auto-estima;
- Melhora da auto-imagem;
- Diminuição dos níveis de ansiedade e stress;
- Desenvolvimento de uma atitude positiva;
- Facilitação da integração social;
- Aquisição de hábitos saudáveis.
Os exercícios físicos recomendados para os portadores de HIV/AIDS, de modo geral, são os aeróbicos e de resistência muscular localizada.
Por este motivo, a MUSCULAÇÃO é considerada a modalidade mais recomendada para os portadores da síndrome, até mesmo pela própria facilidade de monitoramento das condições gerais do praticante.
Devem ser associados também, exercícios de alongamento e flexibilidade, bem como exercícios que objetivem o incremento do equilíbrio (percepção cinestésica e inteligência cinestésica)
O programa de exercícios deve ser sempre individualizado, com metas e limites claramente definidos, associado a um monitoramento constante e igualmente programado (programa de monitoramento)
A observação da relação carga x repouso deve ser extremamente respeitada, pois o portador de HIV/AIDS não pode se sujeitar aos indesejáveis efeitos do sobretreinamento (overtraining)
Em alguns casos o uso de esteróides anabólicos para portadores do HIV, associado à prática de exercícios tem sido recomendado, desde que prescritos exclusivamente através de critério médico (e mesmo assim ainda há carência de estudos que indiquem até que ponto os benefícios podem justificar a adoção de tal medida)
Se o praticante soropositivo estiver sofrendo de vertigens ou mal estar, a carga deve ser diminuída até que os sintomas diminuam. Se houver a presença de febre, deve-se suspender o treinamento até que a mesma desapareça
No que tange a desportos em geral, deve-se apenas evitar a prática de esportes que possam mais facilmente provocar lesões, cortes e traumatismos, pois qualquer acidente é sempre arriscado para o soropositivo
De todo modo, desde que se observem as devidas medidas de segurança e que sejam respeitadas as limitações relativas à intensidade e à duração das sessões de treinamento, não há esportes contra-indicados para os soropositivos (à exceção do Boxe, devido à grande possibilidade de sangramentos e ao constante contato físico dos lutadores)
Portanto, da mesma maneira que a prática de exercícios físicos é importante para qualquer pessoa, como meio de promoção da saúde e da qualidade de vida, o mesmo se aplica aos portadores de HIV/AIDS, constituindo uma importante ferramenta para sua longevidade e sua capacidade bio-psico-social para o combate à doença
Em todo o mundo, inclusive no Brasil, desenvolvem-se cada vez mais políticas públicas e programas de saúde voltados para o estímulo e apoio à prática de exercícios físicos pelos soropositivos
Neste cenário, é essencial o papel do profissional de Educação Física, como único profissional de saúde capacitado para a aplicação segura de um programa de treinamento adequado.
Por este motivo, a MUSCULAÇÃO é considerada a modalidade mais recomendada para os portadores da síndrome, até mesmo pela própria facilidade de monitoramento das condições gerais do praticante.
Devem ser associados também, exercícios de alongamento e flexibilidade, bem como exercícios que objetivem o incremento do equilíbrio (percepção cinestésica e inteligência cinestésica)
O programa de exercícios deve ser sempre individualizado, com metas e limites claramente definidos, associado a um monitoramento constante e igualmente programado (programa de monitoramento)
A observação da relação carga x repouso deve ser extremamente respeitada, pois o portador de HIV/AIDS não pode se sujeitar aos indesejáveis efeitos do sobretreinamento (overtraining)
Em alguns casos o uso de esteróides anabólicos para portadores do HIV, associado à prática de exercícios tem sido recomendado, desde que prescritos exclusivamente através de critério médico (e mesmo assim ainda há carência de estudos que indiquem até que ponto os benefícios podem justificar a adoção de tal medida)
Se o praticante soropositivo estiver sofrendo de vertigens ou mal estar, a carga deve ser diminuída até que os sintomas diminuam. Se houver a presença de febre, deve-se suspender o treinamento até que a mesma desapareça
No que tange a desportos em geral, deve-se apenas evitar a prática de esportes que possam mais facilmente provocar lesões, cortes e traumatismos, pois qualquer acidente é sempre arriscado para o soropositivo
De todo modo, desde que se observem as devidas medidas de segurança e que sejam respeitadas as limitações relativas à intensidade e à duração das sessões de treinamento, não há esportes contra-indicados para os soropositivos (à exceção do Boxe, devido à grande possibilidade de sangramentos e ao constante contato físico dos lutadores)
Portanto, da mesma maneira que a prática de exercícios físicos é importante para qualquer pessoa, como meio de promoção da saúde e da qualidade de vida, o mesmo se aplica aos portadores de HIV/AIDS, constituindo uma importante ferramenta para sua longevidade e sua capacidade bio-psico-social para o combate à doença
Em todo o mundo, inclusive no Brasil, desenvolvem-se cada vez mais políticas públicas e programas de saúde voltados para o estímulo e apoio à prática de exercícios físicos pelos soropositivos
Neste cenário, é essencial o papel do profissional de Educação Física, como único profissional de saúde capacitado para a aplicação segura de um programa de treinamento adequado.
Arlindo Pimentel
Diretor Executivo do CREF7
Diretor Executivo do CREF7
ARLINDO PIMENTEL - CREF 001714-G/DF Profissional de Educação Física. Pós-Graduado em Educação e Promoção da Saúde. Membro da Equipe de Pesquisadores do Grupo de Pesquisa em Saúde Pública e HIV/AIDS do Hospital das Forças Armadas de Brasília |